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Sertões Kitesurf: muito em comum com o desafio em terra firme

11.10.2021  |    400 visualizações KITESURF

Embora em universos diferentes, poeira e mar se encontram no primeiro rally de kitesurf de longa distância do mundo. Ventos fracos foram desafio para os velejadores nesta segunda-feira, o terceiro dia de competição. Na Elite, Reno Romeu vence e assume a ponta.

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Terra e água são mundos completamente distintos. Mas quando se trata do Sertões, há bem mais em comum do que possa parecer entre o maior rally das Américas e o 1º. Sertões Kitesurf Rio Grande do Norte, primeiro rally de kitesurf de longa distância do mundo, num percurso de 500 km, em cinco dias (9 a 13/10), partindo de Touros/RN rumo ao Preá/CE.

 

A começar por personagens intimamente ligados ao desafio sobre rodas que resolveram encarar a aventura de velejar pelo litoral de Rio Grande do Norte e Ceará e vivem uma emoção diferente. Dois deles, aliás, mal tiraram a poeira e trocaram capacete e luvas por um vestuário mais leve. Sylvio de Barros deixou de lado a picape Toyota Hilux V8 IMA com que foi terceiro colocado entre os carros no Sertões 100% Nordeste e agora se deixa conduzir pelo vento na categoria Adventure. Mesmo caso de Alex Buchheim, acostumado a rasgar os sertões de UTV.

 

O primeiro entre os 81 inscritos a garantir presença no Sertões Kitesurf também reúne múltiplas histórias pelos caminhos acidentados. Mineiro radicado em Florianópolis há 15 anos, Luís Haas disputou ralis de moto, inclusive no exterior, fez o Sertões sobre duas rodas em 1997 e chefiou a equipe Off-Limits Chevrolet, que alinhava as lendárias picapes S10 "Mad Max" e venceu o Sertões três vezes na geral. Em vez de gerenciar um time que precisa trabalhar de forma coordenada, a experiência desta vez é de cuidar do próprio equipamento e administrar o desgaste físico para brigar por um lugar no pódio da Master.

 

Semelhanças também quando o assunto é a cronometragem e o rastreamento dos competidores - e não só pelo fato de serem feitos pela mesma empresa (a Chronosat). Se carros, motos, UTVs e quadriciclos contam com equipamentos de monitoramento por GPS, o mesmo acontece com os kites. E também há um dispositivo para alertar a organização sobre possíveis problemas e a necessidade de resgate. O Stella usado em terra firme dá ao lugar ao Spot. Que dispensa a funcionalidade do sinal sonoro para alertar quem vai à frente e solicitar a ultrapassagem - no mar não é preciso 'buzinar', já que há espaço para todos.

 

Como foi a 3ª. etapa

Como uma das características de qualquer rally é a imprevisibilidade, a segunda-feira foi de ventos fracos no percurso entre Canoa Quebrada e a Praia de Uruaú, em Beberibe. O que exigiu kites maiores, melhores para essa condição e, ainda assim, muito trabalho para avançar. Um dos prejudicados com as condições desfavoráveis foi justamente o cearense Yaron Souza Moura, que liderou a prova na Elite nos dois primeiros dias. Sem conseguir avançar, acabou saindo do mar após o check point de Parajuru. A dificuldade tirou vários competidores da etapa.

 

O carioca Reno Romeu conseguiu lidar bem com o cenário do dia para vencer pelo segundo dia consecutivo na Elite e assumir a liderança na classificação geral. Superou Francisco de Salles Brito, de São Miguel do Gostoso, que mostra a força do kitesurf do Rio Grande do Norte. O cearense Francisco Dionatan, o Chicão, confirmou a constância, com o terceiro lugar - o cearense é só animação no kite ou fora dele. No feminino, Marcela Witt se recuperou da penalização da véspera para vencer pela primeira vez e exibir o habitual sorriso largo. Dois competidores da Adventure conseguiram completar: vitória de Gustavo Foester, seguido por Eduardo Hargreaves. E um na Master: Fernando Giestas.

 

O que vem pela frente - 4ª etapa - 12/10 – terça-feira:

São Gonçalo do Amarante/Porto do Pecem (CE) > Amontada/Praia de Icaraizinho (CE)

127 KM.

O penúltimo dia do Sertões Kitesurf Rio Grande do Norte traz consigo a etapa Pecém. Que começa do porto de mesmo nome, em São Gonçalo do Amarante - os competidores se deslocam de ônibus desde a Praia de Uruaú, em Beberibe, em que passaram a noite. O primeiro check point e time target está na Praia da Lagoinha, em Paraipaba, um dos principais cartões-postais do litoral cearense. O segundo, na Praia de Guajiru, em Trairi, marca o fim do percurso para Adventure e Master (70km). A região é conhecida pelas barreiras de coral que proporcionam águas calmas aos banhistas. A Elite tem pela frente outros 57km até a Praia de Icaraizinho, em Amontada, que recebe a Vila Kite.

 

'Aspas'

Sylvio de Barros

"O Sertões Kitesurf me lembra muito meu primeiro ano de moto no Sertões, quando nós saímos de Campos do Jordão e chegamos em Natal. Aliás, os oito anos que fiz de moto. Até mesmo pela coisa dos movimentos de braço e perna. O mais legal é que nós estamos agora inaugurando algo fantástico, todos os esportes que não usam motor a gente tem que de alguma forma incentivar. Aqui nós estamos mais sujeitos às condições climáticas. Para mim está sendo um aprendizado gigantesco. O que eu trago do rally é saber dosar a energia para um percurso de longa distância, a resistência é que vai fazer a diferença".

Alex Buchheim

"Hoje mesmo fiz uma escolha errada do tamanho do kite para as condições do vento e não consegui superar uma entrada de rio em Fortim. É como largar para uma especial na chuva com pneu para o seco na moto. Tanto na terra quanto no mar o rally não é a prova do mais rápido, do mais maluco; é de quem erra menos, de estratégia, de quem é constante, poupa o equipamento e o corpo".

Luís Haas

"É uma ideia genial o evento, já é um sucesso você colocar 80 kites para velejar. E é muito interessante criar regras de rally para um esporte normalmente no formato regata. Não se compara em nada com o estresse de dar conta de uma equipe, eu aqui as vezes até me esqueço de ligar o celular".

Reno Romeu

"Nos dois primeiros dias o joelho sofreu, hoje foi o braço. Tive de vir bombando muito (movimento para mover o kite e aproveitar melhor o vento). Como se costuma brincar, a prova só termina quando acaba, ainda tem muito velejo pela frente".

Francisco Sales

"Foi um dia de muito trabalho com o vento fraco, mesmo de kite grande. Se você fosse em direção à beira ficava na areia. Bom que eu consegui terminar mais à frente para tentar subir na classificação".

Marcela Witt

"Estava muito difícil, especialmente no começo, prestei atenção nos tops e por onde eles passavam e procurei seguir. Velejei com kite grande, prancha bidirecional por causa dos bancos de areia, é uma combinação a que não estou acostumada. A gente perde um pouquinho ali, ganha aqui, mas deu tudo certo".

Fernando Fernandes

"Não consegui terminar, logo depois da saída tive de desistir por causa do vento, isso é o rally. Mas só de estar aqui velejando, vivendo tudo isso é uma experiência e tanto, a gente veio para se divertir".

  

Atrativos de algumas das cidades do 3º. Dia (12/10)

São Gonçalo do Amarante

A apenas 60km de Fortaleza, a cidade em que se localiza o Porto de Pecém é também cenário de praias paradisíacas (com dunas, lagoas e mar esverdeado) e um sertão rico em patrimônio histórico e cultural. A Praia da Barra, junto à foz do Rio São Gonçalo, é considerada ideal para a prática do kitesurf.

Amontada

A cidade cada vez mais se consolida como destino turístico nacional. Com o asfaltamento da CE-176, o acesso foi facilitado. Icaraizinho, que recebe a caravana do Sertões Kitesurf Rio Grande do Norte mantém a característica de vila de pescadores, mas hoje também reúne os amantes dos esportes de vento.

 

Resultados 3ª. Etapa Sertões Kitesurf Rio Grande do Norte

Canoa Quebrada / Uruaú (CE) - 60km

 

Elite Masculino

  1. Reno Romeu 1h43min41
  2. Francisco de Sales Brito 1h43min51
  3. Francisco Dionatan 1h54min09
  4. Jailson Sena 1h56min32
  5. Marcos Aurélio Nunes 2h03min00

 

Elite Feminino

  1. Marcela Witt 2h17min14

 

Adventure

1.Gustavo Foester 2h35min10

2.Eduardo Hargreaves 3h27min40

 

Master

1.Fernando Giestas 3h36min09

 

Roteiro Sertões Kitesurf Rio Grande do Norte

08/10: CHECK IN São Miguel do Gostoso/Touros (RN) – Kauli Kite Center

1ª. Etapa - 09/10 - sábado:

São Miguel do Gostoso/Touros (RN) > Guamaré/Praia do Minhoto (RN) – 92 KM.

2ª. Etapa - 10/10 - domingo:

Guamaré/Praia do Minhoto (RN) > Icapuí/Praia da Placa (CE) - 130KM.

3ª. Etapa - 11/10 – segunda-feira:

Icapuí/Praia da Placa (CE) > Beberibe/Praia das Fontes (CE) – 87 KM.

4ª etapa - 12/10 – terça-feira:

São Gonçalo do Amarante/Porto do Pecem (CE) > Amontada/Praia de Icaraizinho (CE) – 127 KM.

5ª etapa - 13/10 – quarta-feira:

Amontada/Praia de Icaraizinho (CE) > Preá/Cruz (CE) - 97KM.

14/10: CHECK OUT – Preá/Cruz (CE) – Rancho do Kite.

 

 

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